segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

20.09.2009 - Meu aniversário, meu ano.



Hoje eu estava ouvindo uma música que dizia algo do tipo: "Mais um ano se passou, e o que você fez? Um ano inteiro acabou de findar, e um novinho vai começar. O que você fez? E o que você fará?"

Um ano se passou.. E, por mais clichê que seja, sempre paramos p/ analisar o que fizemos, o que faremos.. onde erramos, o que acertamos...
Sempre bate a saudade dos momentos bons, e a despedida dos ruins..

E, analisando a minha vida, e os meus objetivos descritos no primeiro post desse blog, percebi que realmente, esse foi o meu ano!

Tirei minha carteira de motora, ganhei meu carro, meu cachorro.. que não é um labrador marrom, e muito menos se chama toddy. É uma pastor alemão fêmea, capa preta, que se chama Meg.
Arrumei um namorado... desarrumei um namorado..
Não fui a melhor aluna da faculdade, mas aprendi a estudar.
Não li a biblia inteira, mas renovei a minha vida espiritual.
Não emagreci 5 kg, mas creci 4 cm's.. =)
Não terminei o espanhol, nem entrei no clube de desbravadores..
Minha amiga veio p/ perto de mim, mas p/ passar apenas alguns dias..

Bom, revendo os momentos mais marcantes de 2009, percebi que muito do que eu planejei, não cumpri. Outras, cumpri pela metade, adaptando-as de acordo com as circunstâncias. Mas outras, ainda que poucas, aconteceram de maneira muuuuito melhor do que eu sonhei.

Sorri, chorei, sofri, amei*, estudei, me diverti, saí, cheguei... Mas de todas as conquistas que eu tive esse ano, a maior delas foi descobrir, ou melhor, admitir que se manter "cabeça-dura" na racionalidade, é perda de tempo, completa. Libertando-me dessa prisão, sofri.. Sim, como chorei esse ano.. Mas sinceramente? De todos os meus poucos anos de vida, foi o que eu mais vivi.
E de repente, a gente descobre que o mundo está preso na racionalidade pura, se lamentando por aí de superficialidade, enquanto se recusa a "dar a cara aos tapas", e mergulhar no mundo incerto, porém intenso, profundo, da emoção.
Quanto ao blog, o que era para ser apenas um desabafo, se tornou uma grande lição de vida. Cresci mais nesse ano, do que em todos os outros 18 anos da minha vida.. O interessante foi notar que textos que eu considerei belos, não chegaram nem perto do mais elogiado.. E isso também me fez entender que mais importante do que a combinação de palavras, é o sentimento que elas carregam quando se encontram com os de quem lê.
Mas enfim, cresci.
E devo isso aos meus grandes amigos, reais, e outros, virtuais, que muitas vezes se mostram bem mais presente dos que os reais...
Dentre eles, em especial, gostaria de agradecer ao meu querido amigo Adriano.. Sempre paciente para me ouvir, me aconselhar.. Nem sempre me dizendo o que eu gostaria de ouvir, mas, mais importante, me dizendo a verdade. Pela confiança ao compartilhar experiências tão íntimas, e até ouvir conselhos também.
Aos reais, poucos, porém escolhidos à dedo, à todos os leitores, anônimos, comentadores ou não, meu muito obrigada, de coração. Obrigada por compartilhar comigo meus momentos felizes e tristes. E, no ano que se inicia, que possamos aprender com os erros de 2009, para fazermos um ano maravilhoso.. Com direito a um pouco de tudo, e muita, mas muuuuuuita emoção! Um 2010 intenso, profundo.. Com muito, muito amor.. muitos sorrisos.. e que as lágrimas de tristeza choradas em 2009, se transformem em alegres banhos de chuva, no ano que virá! E, quando houver sofrimento, contem sempre comigo.. E no mais, um reveillon tão bom, quanto um apaixonado beijo na boca. Juízo! ;)

domingo, 13 de dezembro de 2009

A cada curva, alguns passos mais perto de ti.




Do amor eu pouco ou nada sei. Sei apenas que sigo firmando cada passo, rumo ao incerto, ao caminho por mim desconhecido. Vou superando aos poucos o medo, a insegurança, as decepções e continuo andando, ainda que perturbada por vozes alheias. Vozes de quem nunca teve a coragem de seguir em frente. Se fossem um pouco mais humildes para estender a mão e pedir ajuda, quem sabe não teriam a oportunidade de seguir comigo rumo ao tesouro, considerado por eles, perdido.
Sei que no caminho há pedras, e meus pés tão delicados, já se cansam de sangrar. Mas nunca esperei que na estrada houvesse rosas. Talvez por isso ainda não tenha desistido. Tenho na mente que quanto mais perigoso o trajeto, melhor a recompensa. Quanto mais sofrido o trabalho, melhor o resultado. Assim como o ouro no calor se purifica, no árduo caminho do amor, eu continuarei trilhando certa de que sairei melhor. Melhor dos meus defeitos, das minhas dúvidas..
Um dia me disseram que o amor, é quando uma alma encontra seu contraponto em outra. Amor, amor.. não sei quem você é e nem onde está. Sei apenas, que em algum lugar desse difícil caminho, você vai me encontrar. Sei que ainda há muito em mim que eu preciso mudar. E espero que no dia em que o seu andar, o meu cruzar, eu possa ser forte o suficiente para novamente confiar. Não sobrecarregar você com meus fardos do passado, não te julgar pelos erros dos outros, e muito menos pelos meus. Te aceitar do jeito que és, sem tentar te moldar à minha ilusão. Te enxergar por dentro das roupas e do corpo. Tocar sua pele, e sentir seu coração. Nesse dia, então, ao contemplar contigo o primeiro por do sol de nossas vidas, dos meus lábios surgirá um amplo sorriso, e da minha boca,um sussurrar tímido, porém de todos já ditos, o mais convicto. Talvez você nem ouça. Mas por todos os ladrilhos molhados com as minhas lágrimas do caminho que eu já trilhei, meu sussurro ecoará num tremendo pulsar: Valeu a pena acreditar.

"O caminho rumo ao amor, pode causar muita dor. Mas a recompensa para os que não desistem, faz cada lágrima valer a pena. Um dia finalmente, ele se personifica, e cruza o nosso caminho. Mas lembre-se: Nós só poderemos encontrar tamanho tesouro, se outrora, lá atrás, não tivermos desistido."

domingo, 6 de dezembro de 2009

Bom seria..



Se pudéssemos viver os anos jovens da vida, com a maturidade dos nossos avós.
Talvez aproveitássemos mais as coisas básicas e "sem graças", mas fundamentais do dia a dia.
Quem sabe, ao acordar, respiraríamos bem fundo, e soltariamos um belo sorriso, num longo espreguiçar.
Quem sabe comeríamos mais frutas, verduras, menos junk food, com mais calma, mastigando bem os alimentos.
Quem sabe, até gastaríamos assim, menos dinheiro com remédios, e consultas.
Quem sabe, aproveitaríamos mais o conhecimento, por mais massante que ele pareça hoje.
Talvez nos dedicassemos à leitura de muitos livros, e não somente os que estão no Top 10.
Talvez escutassemos músicas de melhor qualidade, filtrando as letras que hoje nem ouvimos direito.
Quem sabe, aprenderíamos a valorizar quem realmente merece valor, e amar, aqueles que verdadeiramente nos amam.
Quem sabe até, aprenderíamos a não esconder dentro de nós, sentimentos tão bonitos, e diríamos com mais frequência EU TE AMO, pra quem o desejamos saber.
Quem sabe, abraçaríamos mais os nossos pais, e reconheceríamos sem espírito vingativo, que eles não são perfeitos, e tudo o que querem é a nossa felicidade.
Talvez pudessemos nos preocupar menos com o que os outros falam de nós, e quem sabe até rir dessas bobagens.
Quem sabe, nos dedicaríamos menos compulsivamente ao trabalho, ou estudo, e gastaríamos mais tempo amando a nossa família..
Quem sabe gostaríamos de ouvir cinquenta vezes nossos avós contando seu "grandes feitos" do passado..
Quem sabe, deixaríamos de colocar a culpa dos nossos erros, nas costas dos outros, e ganharíamos a humildade.
Quem sabe nos desapegaríamos a tanta tecnologia, e preservaríamos melhor o meio ambiente.
Quem sabe, quem sabe..

O grande segredo da vida, é descobrir tudo isso, com o mínimo de dor possível, e antes que seja, tarde demais. Porque a vida é extremamente curta e bela p/ ser mal vivida. Os anos passam muito rápido, p/ não valorizarmos o que o tempo traz de melhor. Curtir cada dia, tendo ao deitar, a consciência limpa e tranquila de que demos o nosso melhor. Aprender com os nossos próprios erros, a não julgar os dos outros. Ser menos hipócritas, e mais humanos. Amar os animais, mas amar mais ainda, as pessoas. Gastar menos com futilidades, e ajudar mais a quem precisa. Dar menos atenção ao EU estético, e cuidar mais do eu interior. Ensinar os nossos filhos no caminho do bem, sem usar a ditadura como carro chefe. Guiando-os a fazer seus próprios julgamentos, ensinando o certo, o errado, e deixando-os livres para escolher, sempre deixando bem claro o nosso suporte.

É.. quem sabe seja tudo utopia, mas definitivamente, essa "realidade utópica" me faria muito mais feliz.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Amor em ciclo de lua..




Lua Crescente

Foi naquele dia, quando você se recusou a sentar ao meu lado, que eu comecei a te observar melhor. O que tinha naquele sorriso tão provocador e ao mesmo tempo irônico, misterioso..? Mesmo recusando o meu convite, não parava de me olhar, a não ser quando os meus olhos flagravam os seus, e você rapidamente desviava o seu olhar..
E naqueles dias, sim, nas férias de verão.. Eu via você, no meio de tanta gente, olhar pra mim. E ainda assim, você recusava o meu convite para dançar. Mesmo sem entender completamente o porquê disso, sentia que a sua boca contradizia o seu olhar. No futuro, descobriria, que era apenas o seu jeito estranho de me provocar.
Uma noite, talvez uma das últimas daquelas férias, você perdeu a sua pulseira.. Propositalmente, ou não, deixou-a cair, bem próximo à minha barraca.. E eu a encontrei. Mas, quando voltei para te devolver, estavas num longo abraço com outro alguém. E eu, silenciosamente, deixei com que ela deslizasse pela minha mão, até a grama macia, em frente a sua barraca, e fui embora, decidindo nunca mais te procurar.
Mas aquilo era mais forte do que eu. Surpreendentemente, você ouviu a puseira no chão tocar, e num misto de susto e desespero, correu atrás de mim para se desculpar. E eu, ainda em silêncio, ouvi a primeira de tantas desculpas que você tinha para me contar. Começamos então a conversar, e nas entrelinhas, nas brincadeirinhas, flertar.
E assim, a sua lua foi crescendo o brilho do meu olhar.

Lua Cheia
Após um bom tempo de longas madrugadas conversando, virando dias e noites, percebi que nada mais restava de mim, onde não houvesse um pouco de ti. E sentia que era recíproco. Nunca estivéramos tão apaixonados, envolvidos num louco romance, ardente, fascinante...
Estar ao seu lado era a única coisa que me importava. Beijar você como se cada beijo fosse o último, com medo de que um dia fosse mesmo.. Te olhar dormir, mansamente, e te abraçar por trás, repousando sobre a sua paz, as minhas inseguranças. Foram as conchinhas mais gostosas que eu já encontrei.
Nunca tantas cartas foram escritas por nós. Nunca tantas fotos românticas, a minha máquinha tirou. Todos ao nosso lado, observavam invejosamente o nosso amor. Limpo, branco e brilhante, rasgando a escuridão dos nossos passados... Eram eles como estrelas fracas, ofuscadas pelo nosso brilho..
Os planetas, os cometas, e até o sol, se envergonhavam de sua insignificante luz, ao contemplar o tamanho da nossa.
Na Terra, casais se apaixonavam ao serem tocados na pele, pelos raios da nossa paixão. Era o fim de toda espera do meu coração.

Lua minguante
Mas, naquela noite, subi ao nosso quarto, e você já estava na cama, fingindo estar dormindo. Silenciosamente, deitei ao seu lado, e meus braços rodearam os seus.
Então, ao som rude da meia noite, eu senti frio, e quando abri os olhos, a conchinha já não estava feita. Você estava de costas, curtindo só, o seu lado da cama. Fechei os olhos, acreditando não ser nada mais que uma briguinha boba, e, esperando a manhã trazer de volta o calor dos seus abraços, e o fulgor das nossas aventuras, dormi novamente.


Lua nova
Ao amanhecer, o sol soltou a sua luz de maneira tão forte e fulgurante, soando como uma risada sarcástica e maliciosa, ao ver que eu e você estavamos em lua nova.
As estrelas outrora tão foscas e pálidas, se mostravam como diamantes reluzentes cravados no veludo azul-escuro, mais negro do que nunca, do céu.
Os planetas, os cometas e tudo mais que restava na galáxia, se uniam, e riam ao contemplar a nossa situação, agindo como teleguiados ao poder do amargo sol. Na terra, havia terror e sombras. Todo o brilho do sol, se convertera em grandes queimaduras, na pele daqueles pobres ex-apaixonados.
Queimava-lhes a alma, criando bolhas em seus já feridos corações, e ressecando as lágrimas dos olhos desidratados por tanto chorar.
A chuva, antes bela, maestra de uma sinfonia resumida a um simples gotejar, se mostra agora tempestade, e joga na terra, ao som de estrondosos trovões, raios tão fortes, quanto as dores de todos aqueles que como eu, decidiram ao amor se entregar.

Lua NOVAmente crescente..
Mas, como diz o velho ditado, não é o amor, e sim o tempo que cura todas as feridas. Os dias foram passando, e você surgiu novamente. Passou longe, e olhou apenas de relance o mesmo banco onde sabia que todos os dias eu me sentava. Eu estava lá, e vi quando seu olhar, no caminho do meu, voltou a se cruzar. Aos poucos, você foi se aproximando, encorajando-se pelo meu silêncio, ao meu lado, resolveu sentar. E eu ouvi então as desculpas mais bestas e incoerentes que jamais quis escutar. Mesmo assim, com tanta mágua no coração, resolvi te perdoar, querendo acreditar, ser sincero o teu falar. E assim, a nossa lua voltou a crescer, e tudo se repetiu, repete, e repetirá, enquanto o universo da minha "ilusão esperançosa" durar.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Ela..



Uma certa tarde, vagando pelo calçadão no Rio de Janeiro, avistei uma das cenas mais belas da minha vida. Ao por do sol, um casal de idosos, contemplava sentados na areia da praia de São Conrado, o findar do dia. Aquilo me fez parar e pensar... nela. Será que envelhecerei feliz ao lado dela? Será que o amor, se é que assim posso chamar, será forte o bastante para superar a monotonia da rotina inevitável da convivência diária? Será que terei paciência para superar seus defeitos? O que ela significa para mim, a ponto de eu abrir mão de viver loucamente, e simplesmente esperar o incerto?

Então me veio à cabeça a sua imagem. Sempre com um lindo sorriso estampado no rosto. Sorriso esse misterioso, que muitas vezes esconde o pesar do coração. Sabe, ela não é das mais lindas para os homens.. mas é linda para mim. Baixinha, gordinha, branca dos cabelos ondulados e negros. Seus olhos.. Olhos esses tão lindos, de um castanho tão profundo.. mesmo que escondidos por lentes de vidro frias, conseguem, quando ela quer, aquecer o meu olhar. Seu jeito despojado, hora séria, hora brincalhona, mesmo em momentos onde eu desejaria um pouco mais de seriedade, a faz permanecer por pouco tempo na rotina. Está sempre mudando, nem sempre para melhor. Hora mulher, hora menina, e infelizmente, hora moleca. Ao mesmo tempo que consegue extrair de mim a mais gostosa gargalhada, as vezes brinca com meus sentimentos de maneira tão calculista, que me faz chorar. Hora uma boba apaixonada, linda.. balbuciando como um bebê, as declarações de amor mais belas que um homem pode ouvir. Hora fria, longe, monossilábica. Inconstância essa que me desafia a conquistar, a cada dia um pouco mais, e ao mesmo tempo, em dias mais nublados, me tira a força, a motivação, me cansa. Esperta, vivida, experiente, enganaria se quisesse o mais sábio homem. Que dirá um simples moribundo vivendo seus primeiros anos no mundo do amor. Inteligente, se dedica tanto ao trabalho que me faz pensar se terei algum espaço na sua mente, envolta por tantos cálculos, física, matemática... Cheirosa! Sim.. O perfume mais delirante que uma mulher pode ter, ela o tem, e em abundância. Suas mãos delicadas e suaves, acariciando meu corpo, me fazem sentir o inexplicável. Sua doce voz, sussurrando ao meu ouvido.. causam o melhor dos arrepios. Seus beijos, ah! Tão imprevisíveis, roubam de mim o controle do meu próprio eu. Não, das bocas que eu já beijei, não é a mais gostosa. Mas o conjunto, a faz melhor. Misteriosa, esconde no coração um passado do qual eu não faço parte. Não responde muitas das minhas perguntas, e nem me pergunta demais. Se mantém no isolamento do seu mundo, deixando-me conhecer apenas aquilo que ela deseja. E se hora penso que a conheço tão bem quanto a palma da minha mão, adivinhando as palavras que ela vai usar, outras, percebo que não a conheço nem um pouco. Se as vezes planeja comigo o nosso futuro, as vezes me mostra sem perceber, que eu o planejo sozinho. Oh, como ela me conhece! De todos os lados e ângulos, por dentro e por fora. Conhece os meus podres, meus defeitos, minhas qualidades, meus anseios, meus desejos, meus pontos fracos.. Sabe me manipular como ninguém.. mesmo sendo tão nova. Longe está de ser inocente. Sei o quanto sabe destruir corações, principalmente de homens apaixonados como eu. Mas o que eu posso fazer, se o amor não é uma escolha? E se me assusta o fato de estar, quem sabe, irreversívelmente preso à essa mulher, ou à ilusão que eu mesmo criei, mais ainda me atormenta a mente, a dúvida que paira no ar. Teria eu encontrado o amor de toda a minha vida, ou estaria simplesmente cego apaixonado por uma estranha desconhecida?