sábado, 30 de maio de 2009

Recomeçar..


Sabe, esse não é mais um texto poético do tipo que eu costumo postar. É mais um desabafo.
O mundo gira tão depressa e, ao mesmo tempo tão devagar.. Que muitas vezes aqueles que giram na primeira turma - depressa - acabam esquecendo de viver, e aqueles da segunda - devagar - são deixados pela vida.
São tantas as obrigações e deveres.. Estudos, trabalho, família, igreja, variando a ordem de acordo com princípios e a história pessoal de cada um.
Fazemos tantos planos, temos tantos sonhos.. e depois corremos, trabalhando e estudando para conseguir realizá-los. Mas, nem sempre a estrada da vida nos leva por onde planejamos. Imprevistos acontecem. E o que fazer quando não temos um plano B?
Precisamos sentar, respirar fundo, e bolar uma saída. Ou simplesmente "deixar rolar". Eu prefiro a primeira opção.
Depois de tantos dias no corre-corre que a faculdade de medicina nos impõe com provas e mais provas, trabalhos intermináveis e listas de pacientes nos postos de saúde para atender, percebi que precisava respirar. Dar um tempo, afinal, chega uma hora em que nada do que fazemos, conseguimos fazer do jeito que queriamos. Tudo fica "mais ou menos" ainda que o esforço seja absurdamente grande. Então, quanto mais nos esforçamos, mais as coisas parecem não sair como panejamos.. e surgem decepções, decepções e mais decepções.
Foi então que eu decidi viajar, mudar um pouco a rotina. Medo? Sim. Para alguém que se declara racional e metódica, MUDAR é uma palavra que não existe no dicionário. Mas, quantas e quantas outras palavras não existem em nenhum dicionário, a não ser na língua dos que as falam?
Viajei para São Paulo. Cidade cinza. Tantos prédios, tanto corre-corre. E eu? Num apartamento, na Liberdade. Sim, Liberdade. Sem pais, irmão, amigos, professores.. Nada. Liberdade para fazer tudo aquilo que eu sempre quis e nunca me deixaram. Mas sabe, o que eu mais fiz aqui foi pensar. E descobri que liberdade não é fazer tudo aquilo que se tem vontade, na hora que se deseja. Liberdade é viver intensamente cada momento fazendo tudo o que se quer, com responsabilidade, dignidade, e sem interferir na liberdade dos outros.
Aproveitei todo o tempo que tinha para redefinir quem eu sou, no que acredito e o que quero para o meu futuro. Consegui quase metade disso e já acho o suficiente. Agora vem a fase do "bolar os planos". Organizar o que a mente pensa, em folhas de papel. Nada muito fácil. Muito difícil por sinal. Mas, quem disse que eu gosto de coisa fácil?
Ficam aqui as dicas p/ quem estiver na mesma fase que eu:
1) Se valorize. Você é o que você tem de + precioso. Não deixe ninguém pisar em vc.
2) Parece que não tem saída? Calma.. basta olhar de outro ângulo, com a mente aberta. Sempre existe. Acredite.
3) Essa eu vou colocar em inglês porque fica mais "poético"..

"There's such a big world outside. Why don´t you just cross the door?"

É isso. Em todos os sentidos. Negócios, relacionamentos, tudo! Não tenha medo. Não fique trancado no seu mundinho. Tem um mundo muito maior lá fora, e repleto de novas experiências, emoções, sensações.. esperando por você! Basta abrir a porta e dar o primeiro passo!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

"A triste trajetória da minha vida."


Foi assim que eu nasci. Às 19:53 do dia 20 de setembro do ano de mil novecentos e noventa, na cidade de Belém -PA, na sala 3 do bloco cirúrgico do hospital Amazônia, nascia um casal de gêmeos. Sayuri e Yuji. Nessa ordem.
Não esperei chegar o dia 21. Nasci no dia 20, mesmo prematura, com orelhas pregadas, olhos fechados e água no pulmão. Apressada.
Alguns dias dividindo a encubadora com a minha outra metade - meu irmão - e já estava pronta para entrar no seio da família, e ser paparicada pelos amigos de meus pais. Batalhadora.
Ao completar o primeiro ano de vida, o primeiro presente. Um velocípede. Nascia aí o meu desejo pela liberdade.
1 ano e 1 dia. Folga? Nunca. Começava o Baby class na escolinha Girassol. E assim foi durante longos anos da minha vida. Estudar, estudar, estudar, para ser alguém, para fazer parte da história.
Maternal, jardim, pré-escola, alfa, fundamental e médio. Isso sem contar com aulas extras, como Piano, Flauta transversal, violino, Inglês, Espanhol, Japonês, Natação, Academia, Redação e outros que, óbviamente, não fazem parte da rotina de uma criança "normal".
Bicicleta? Só com rodinhas. Patins? Jamais. Vôlei, basquete ou futebol? Violento demais. Tudo o que se movia mais rápido que um caracol - inclusive uma bola - poderia me causar graves lesões, quem sabe fraturas e outros traumatismos que viessem a comprometer meus ossos, tendões e nervos.. futuros instrumentos de trabalho, prejudicando a minha vida profissional.
Perto do vestibular? Aí sim não tinha vida. Aula das 7 da manhã, às 23:40. Todo o santo dia, com excessão dos sábados, onde me dedicava única e exclusivamente à igreja.
Passei no tão esperado curso. Medicina. Mais uma médica para a família, afinal, antes de mim, já tinham 9.
Durante a faculdade, todo o tempo era ocupado com livros, artigos científicos e muito "bumbum na cadeira", inclusive o tempo livre. Finais de semana perdidos, amizades superficiais e relacionamentos racionais era tudo o que me restava.
A faculdade terminou e chegou a Residência. Neurologia. Aquela considerada "a mais difícil", onde a gente sabe muito de quase nada. Mestrado, doutorado, pós doutorado, PHD. A sede pelo conhecimento nunca acabava. A cada dia, sabendo muito mais, sobre muito menos. Casamento? Sim, claro. Mas só no civil. Não tinha tempo para cerimônias religiosas, vestidos de noiva e outras baboseiras tradicionais.
Filhos? Também, dois meninos. Surgiram junto com o doutorado, mas foram criados por babás, e avós aposentados. Nunca deixei faltar nada. Sempre tiveram os melhores brinquedos, estudaram nas melhores escolas e vestiam as melhores roupas. Cresceram saudáveis, e cheios de aulas, assim como eu.
As rugas começaram a aparecer. As mãos, que tanto foram protegidas durante a vida, começaram a tremer. Faltava força nos músculos, e segurança nos tendões. Tive que abandonar a cirurgia, mas isso jamais seria o fim da minha carreira. Passei a investir na licenciatura. Me tornei a melhor professora de Neurologia do território nacional. E ganhei muito, muito dinheiro. Prepotência.
No auge do meu sucesso, aos 60 anos, descobri uma doença degenerativa no meu cérebro. Algo que aos poucos está me matando. E eu, neurologista, não posso fazer nada. Impotência. Ou melhor, quase nada. Ainda me resta refletir, e foi assim que eu entendi. Trabalhei muito, mas pouco sorri. Dei aos meus filhos tudo o que o dinheiro pode comprar. Mas faltou amor, carinho, atenção. Não vi o primeiro passinho. Não ouvi a primeira palavrinha. Perdi todas as formaturas, de plantão. Não os vi ganhar nenhuma medalha nos campeonatos de natação. Não conheci as namoradinhas. Não dei conselhos, não enxuguei as lágrimas. Meu marido? Fez tudo isso por mim. Mantinha tudo em seu devido lugar, enquanto eu estava "morando" em hospitais para garantir o sustento da família.
Meus filhos casaram, e hoje sou avó de cinco netos. Três meninas e dois meninos. Uma delas, tem o meu nome.
Agora, ao findar da vida, pude perceber as marcas que o tempo deixou em mim, e na minha família. Meu marido tem rugas, e quantas mais tenho eu. Meus bebês têm seus próprios bebês, e já não moram mais comigo. Moro em uma mansão vazia. Os quartos são habitados por livros, que ninguém mais, além de mim, lê. Meu piano, há quantos anos fechado e mudo..? Nem faço idéia.
Nos álbuns de fotos, raramente estou presente. Onde foi parar o meu passado? Em que página do livro histórico do mundo eu me perdi?
O tempo é cruel, não volta. Ganhei muito daquilo que eu queria. Conhecimento profissional, sucesso, dinheiro e fama. Mas perdi tudo aquilo que eu mais precisava. Amor, família, amigos, Deus. Salvei inúmeras vidas, mas esqueci de viver a minha. E isso, não tem dinheiro no mundo que traga de volta. Visitei trocentos países, ou melhor, seus hospitais e hotéis. Virei noites estudando, perdi noites de luar, amanhecer e por do sol.
Se eu pudesse voltar no tempo? Quem sabe teria tomado banho de chuva, e me jogado na lama. Quem sabe teria abraçado meus filhos, e vivido o amor solitário do meu marido. Teria curtido o vento bagunçando o meu cabelo, andaria descalça na praia, sem medo de pegar doenças.
Se o mundo dá voltas e voltas, a minha montanha russa parece estar chegando ao fim da linha. Ganhei o mundo, perdi a vida.

domingo, 17 de maio de 2009

Pedido à Deus.



Senhor, hoje quero te pedir muito mais que saúde,
quero te pedir vida.
Muito mais do que paixão,
te peço amor.

Muito mais do que bondade,
te peço paciência.
Muito mais do que confiança,
te peço humildade.

Muito mais do que inteligência,
te peço sabedoria.
Muito mais que um céu,
te peço estrelas.

Muito mais do que um caminho,
Te peço que guies cada passo meu.
Muito mais do que realizações,
te peço sonhos.

muito mais que notas musicais,
Te peço uma sinfonia.
Muito mais que alegria,
Te peço paz.

Muito mais do que tudo o que eu sempre pedi,
Hoje te peço o maior dos pedidos:

Um coração puro, disposto a aprender tudo o que a vida tem para ensinar.
Que o Senhor me dê força para mudar aquilo que eu devo,
Paciência para aguentar as que eu não posso mudar..
E sabedoria para distinguir as duas coisas.

Amém.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Temos que aprender..



Temos que aprender a deixar as tristezas e máguas do passado, no passado.
E que fazer novas amizades, não significa romperos antigos laços.
Temos que aprender que ninguém é tão auto-suficiente que não precise de ninguém.
E que sonhos, não há ser humano que consiga viver sem.

Temos que aprender que caminhar de mãos dadas é mais seguro.
E que não há nada pior no mundo, do que um coração duro.
Temos que aprender que pode não haver amanhã para desperdiçarmos o Hoje.
E que para crescermos, não necessitamos apenas de palavras doces.

Temos que aprender que uma frase dita no momento errado, pode destruir uma vida.
E que uma palavra não dita, pode acabar uma história de amor que ainda nem começou.
Temos que aprender que a vida é muito curta para não se viver.
E que os defeitos que mais abominamos nos outros, são os que nós mesmos não conseguimos vencer.

Temos que aprender que no futuro tudo ficará bem se nós realmente quisermos.
E que o bem não se propagará se nós não primeiramente o fizermos.
Temos que aprender que palavras aproximam, mas também afastam.
E que os grandes experientes da vida, são aqueles que muito se decepcionaram.

Temos que aprender que pode não haver tempo amanhã para pedirmos desculpas.
E que nem sempre encontraremos respostas para todas as nossas dúvidas.
Temos que aprender que saber demais às vezes mata.
E que sábio realmente, é aquele que não sabe de nada.

Temos que aprender que momentos simples constróem uma vida.
E que aquele que te repreende, é aquele que te valoriza.
Que o amor, é o sentimento mestre.
E que sem ele, não há vida que se preze.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

A vida como ela realmente é...

Quem nunca teve medo de escuro?
Quem nunca caiu de bicicleta?
Quem nunca se fantasiou de super-homem ou mulher maravilha?
Quem nunca fez caras e bocas diante do espelho?
Quem nunca mentiu na internet?
Quem nunca mentiu na vida real?
Quem nunca sonhou com um ator de cinema?
Quem nunca "escondeu" a barriga ou tufou o peito p/ chamar àtenção?
Quem nunca se jogou na lama?
Quem nunca chorou por uma dor de partida?
Quem nunca chorou pela alegria de um reencontro?
Quem nunca viveu um amor platônico?
Quem nunca viveu um romance proibido?
Quem nunca sonhou com o impossível?
Quem nunca sentiu um perfume no meio da rua e procurou desesperadamente tal pessoa?
Quem nunca ouviu repetidamente a mesma músia p/ lembrar um momento?
Quem nunca correu p/ debaixo do cobertor dos pais com medo da tempestade?
Quem?
Quem nunca entrou no orkut p/ bisbilhotar a vida alheia?
Quem nunca esperou ansiosamente alguém entrar no msn?
Quem nunca precisou dar um fora em um amigo apaixonado?
Quem nunca esperou eternamente uma msg no celular que nunca chegou?
Quem nunca ligou p/ alguém só p/ ouvir um alô?
Quem nunca errou?
Quem nunca olhou p/ um céu estrelado e fez um pedido ao infinito?
Quem nunca perdeu noites chorando por um NAO recebido?
Quem nunca bebeu água na boca da garrafa?
Quem nunca provocou alguém só para massagear o ego?
Quem nunca colou numa prova de matemática no colégio?
Quem nunca experimentou coisas diferentes?
Quem nunca contou um segredo?
Quem nunca se apaixonou loucamente e ficou com cara de bobo?
É.. A vida como ela realmente é..
Quem não tem teto de vidro, que atire a primeira pedra..

quarta-feira, 13 de maio de 2009

..Cicatrizes..



Quem não tem cicatrizes?
Uma queda de bicicleta,
Um corte no queixo,
Uma marca de catapora..
Uma cirurgia.
Uma queimadura..
Mais que marcas claras ou escuras, cicatrizes contam histórias. Relembram situações, são marcas de épocas, boas ou ruins, superadas ou não. Aventuras ou desventuras de um tempo que já passou.
Por mais que tentemos esconder, elas estão lá, cravadas na pele, p/ sempre..
São frias, insensíveis.. Inflexíveis, secas.
Marcas de uma ferida que se fechou, e não necessariamente que se curou.
Por dentro, ainda dóem.. machucam.
E inclusive, estas são as que mais doem.
Podem não ser tão visíveis,
Não se pode tocar, mas se pode sentir, ainda que não se queira.
Cicatrizes no coração são as piores por um simples motivo: Impedem que ele se entregue completamente, de novo.
Não afetam só o coração. Afetam os pés, que ficam sempre, pra sempre, atrás.
Destroem os sonhos.. fazem nascer o medo.
Afetam as prioridades, os sentimentos. Afetam os olhares, a confiança, a auto estima.
Afetam a história de uma vida inteira..
Moral da história: Quando entregamos o nosso coração à alguém, decidimos correr o risco de ganhá-lo de volta machucado.
Por isso, muito cuidado. Saiba escolher. É o lance da cabeça e do coração. Quem mandará em quem?

Sabe, a vida não é feita de fantasia..

mas precisamos delas para viver.



Desde bebês, ouvimos historinhas e contos de fadas..
Somos levados a acreditar em papai noel e coelhinho da páscoa.

Nosso pai, vira super herói.

Mas o tempo vai passando, a gente cresce, essas historinhas vão por água abaixo.



Então surgem os filmes, novelas e seriados ocupando nossas mentes durante um tempo considerável.

Sabemos que nada disso é real.. mas no fundo - e bem no fundo - gostaríamos que a vida fosse assim.

Não seria mais fácil se o mocinho sempre ficasse com a mocinha na vida real?

Se todos os problemas fossem resolvidos com encontros ao acaso?

E se o bem sempre vencesse no final?


Se todos os telespectadores tivessem raiva dos nossos inimigos e torcessem para a nossa felicidade?



Continuamos crescendo e as fantasias ganham outro nome: Planos.

E esse nome pode ter vários sobrenomes, dependendo da sensibilidade de cada um.

Pode se chamar trabalho, família, sucesso, saúde,amor, aposentadoria.. enfim.

Sempre estamos buscando algo a mais. Nunca estamos completamente satisfeitos.

Por que a felicidade parece estar sempre na fantasia? Em algum lugar muito longe onde nós nunca conseguiremos chegar?



No fundo, essa é a essência da vida. Se não tivessemos nada para buscar, nada para almejar, para que viveríamos?

Acordaríamos todas as manhãs e não saberíamos o que fazer, o que dizer, ou pelo quê lutar..


A vida é construída na mente através de sonhos, de ilusão. E a relidade é apenas a execução da parte fácil delas. A difícil?

Essa preferímos deixar para noites bem - ou mal - dormidas de sono.

Moral da História: Viva hoje, trazendo para realidade as fantasias dos seus sonhos. A felicidade está onde a colocamos. Onde está a sua?