
Sabe, esse não é mais um texto poético do tipo que eu costumo postar. É mais um desabafo.
O mundo gira tão depressa e, ao mesmo tempo tão devagar.. Que muitas vezes aqueles que giram na primeira turma - depressa - acabam esquecendo de viver, e aqueles da segunda - devagar - são deixados pela vida.
São tantas as obrigações e deveres.. Estudos, trabalho, família, igreja, variando a ordem de acordo com princípios e a história pessoal de cada um.
Fazemos tantos planos, temos tantos sonhos.. e depois corremos, trabalhando e estudando para conseguir realizá-los. Mas, nem sempre a estrada da vida nos leva por onde planejamos. Imprevistos acontecem. E o que fazer quando não temos um plano B?
Precisamos sentar, respirar fundo, e bolar uma saída. Ou simplesmente "deixar rolar". Eu prefiro a primeira opção.
Depois de tantos dias no corre-corre que a faculdade de medicina nos impõe com provas e mais provas, trabalhos intermináveis e listas de pacientes nos postos de saúde para atender, percebi que precisava respirar. Dar um tempo, afinal, chega uma hora em que nada do que fazemos, conseguimos fazer do jeito que queriamos. Tudo fica "mais ou menos" ainda que o esforço seja absurdamente grande. Então, quanto mais nos esforçamos, mais as coisas parecem não sair como panejamos.. e surgem decepções, decepções e mais decepções.
Foi então que eu decidi viajar, mudar um pouco a rotina. Medo? Sim. Para alguém que se declara racional e metódica, MUDAR é uma palavra que não existe no dicionário. Mas, quantas e quantas outras palavras não existem em nenhum dicionário, a não ser na língua dos que as falam?
Viajei para São Paulo. Cidade cinza. Tantos prédios, tanto corre-corre. E eu? Num apartamento, na Liberdade. Sim, Liberdade. Sem pais, irmão, amigos, professores.. Nada. Liberdade para fazer tudo aquilo que eu sempre quis e nunca me deixaram. Mas sabe, o que eu mais fiz aqui foi pensar. E descobri que liberdade não é fazer tudo aquilo que se tem vontade, na hora que se deseja. Liberdade é viver intensamente cada momento fazendo tudo o que se quer, com responsabilidade, dignidade, e sem interferir na liberdade dos outros.
Aproveitei todo o tempo que tinha para redefinir quem eu sou, no que acredito e o que quero para o meu futuro. Consegui quase metade disso e já acho o suficiente. Agora vem a fase do "bolar os planos". Organizar o que a mente pensa, em folhas de papel. Nada muito fácil. Muito difícil por sinal. Mas, quem disse que eu gosto de coisa fácil?
Ficam aqui as dicas p/ quem estiver na mesma fase que eu:
1) Se valorize. Você é o que você tem de + precioso. Não deixe ninguém pisar em vc.
2) Parece que não tem saída? Calma.. basta olhar de outro ângulo, com a mente aberta. Sempre existe. Acredite.
3) Essa eu vou colocar em inglês porque fica mais "poético"..
"There's such a big world outside. Why don´t you just cross the door?"
É isso. Em todos os sentidos. Negócios, relacionamentos, tudo! Não tenha medo. Não fique trancado no seu mundinho. Tem um mundo muito maior lá fora, e repleto de novas experiências, emoções, sensações.. esperando por você! Basta abrir a porta e dar o primeiro passo!