terça-feira, 28 de julho de 2020

Resposta torta à um banho de água fria



As palavras ditas por vezes me são traidoras... porque não acompanham a velocidade nem o sentido dos meus pensamentos. Talvez por isso a palavra escrita seja pra mim tão amiga. Porque permite reparos.

Assim como você, não posso esconder que fiquei triste.. talvez supresa. Confesso ter sido um belo banho de água fria. Um “freio de arrumação”, como diz meu pai. Importantíssimo.. parar e analisar se vale a pena seguir adiante a estrada incerta.

Enquanto você analisa o mapa, é inevitável desacelerar por aqui. Pois intensa como de costume, já estava no 200 Km/h  sem pestanejar. E tamanha eram as expectativas (acredito que por você alimentadas..), que nem cinto queria usar... Tentando o meu melhor sempre.. (se bem que nem sempre dê pra todos agradar...) Inclusive me questiono se meu jeito “mãe” de ser, excessiva tanto no carinho quanto no cuidar, tenha alguma influência sobre tal desfecho.

Metáforas a parte, obrigada pela sinceridade. Já dizia o poeta, antes uma dura verdade que uma doce ilusão. Avalie sim o futuro, se você realmente ainda cogita dividi-lo comigo. E caso decidas abortar a viagem, faça a gentileza de comunicar. Caminhos diferentes levam a cidades diferentes.. e tá tudo bem, desde que cada um chegue seguro ao destino planejado.

No mais, viagem que segue. Ou capaz que nem tenham mais viagens.. também preciso saber, pra me reprogramar. Obrigada por tudo até aqui. Surpreendi-me com o quanto ainda sou capaz de sonhar, acreditar.. tolerar. E no fim, tudo sempre dá certo, como diz um cara que tão cedo aprendi a amar... demais.


domingo, 31 de maio de 2020


“Coração aflito hoje. Saudade de Deus. Em tempos de correria a pausa pela pandemia me fez pensar. Medo da brevidade da vida e de não saber aproveitá-la. Saudade de ficar grudada nos meus pais.. medo de perdê-los. Medo de perder tempo de vida com eles por querer morar sozinha.. e me arrepender de não valorizá-los em cada segundo que pude. Triste por não saber ao certo se é apenas esse meu propósito aqui na terra.. Angustiada.. Pela rotina, pela falta de previsibilidade. Medo de não estar sendo útil, de estar sendo fútil com coisas de pouca validade... com minha própria vaidade. Cabecinha cheia, coração aflito. Vontade de buscar descanso pra essa mente pensante, deitada no colo de Deus.. mas fecho os olhos e ele não está lá. Ou será que está e eu - pela falta de costume - já não O consigo enxergar?”

sábado, 28 de março de 2020

Vamos dar a meia volta...



E olha quem resolveu aparecer novamente. Pensei que nunca mais voltaria. Mas... a gente sempre volta. Se tem uma coisa que eu aprendi nesses anos todos, é que os conselhos que eu escrevi pra mim mesma neste blog continuam dolorosamente atuais. Parece que eu previa o que aconteceria comigo... E quase tudo, de fato, aconteceu. Quantas vidas vividas em uma, quantos conceitos pré-formados modificados, julgamentos quebrados...
E sabe do mais? Sobrevivendo estou. Vivendo, aliás. Os momentos que mais me trouxeram lágrimas, foram àqueles que me construíram fora da rotina. Constroem quem eu sou quando não repito apenas àquilo que esperam de mim... e sim, aquilo que eu realmente quero, sinto e sou.
Vamos adiante... Porque a vida não pára mesmo. Ela roda, volta, segue, dobra.. retorna, e vai ainda mais além. O que será que mudou? O que de mim sobrou? Quem será que ficou? Bem poucos, eu garanto. Mas, clichê como seja, certamente ficaram os melhores. Benvinda, nova fase. Cheia de erros. De pedaços incompletos. De falhas, de mil e uma tentativas. De reviravoltas, de permissão... e principalmente: de liberdade.