sábado, 25 de setembro de 2010

Volatilidade..



Talvez seja isso. Talvez ela fosse um anjo que Deus colocou em minha vida. Com toda a sua intensidade, numa suavidade que só os anjos podem ter. Tão presente, e ao mesmo tempo tão distante. Tão real, e tão inalcançável. Volátil. Mudava de estado tão rápido quanto eu mudava minhas roupas. Turbilhão de idéias, nem sempre conexas. Distribuidora de sorridos e gargalhadas, nem sempre com motivos justificáveis.. Mas seu jeito de menina, misteriosa, e ao mesmo tempo tão mulher, foi o motivo do meu fascínio. A inocência e a malícia juntas em um único ser. A sensualidade ingênua.. Era bela, intensa e volátil. Tudo o que o perigo quer. Talvez nos meus pensamentos terrestres não pudesse entendê-la completamente. Incompatibilidade de naturezas.. Melhor assim. Nada pior do que se apaixonar perdidamente por aquilo que não se pode ter. De repente apareceu na minha vida. De repente mudou meu mundo, e de repente para longe se foi. Um anjo misterioso, uma paixão platônica vivida, e uma doce lembrança pra nunca ser esquecida.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

2.0 TURBO! ;)



De motor 1.0, a 2.0. De medrosa e covarde, passei para Impulsiva e Inconsequente. Quem diria. De racionalidade pura, passei a me chamar emoção. E quebrei algumas vezes o painel. Tive que acionar os airbags, e aprender a usar novamente o cinto de segurança. Dizem que bater uma vez só é normal, e até necessário. Nos tira a ingenuidade, e nos prepara para a estrada. Mas mais do que uma, é burrice. Graças a Deus, aos meus amigos conselheiros, e aos meus neurônios inuitivos que nunca me decepcionam, ainda não me considero burra.. Rs.
Finalmente me sinto em paz comigo.. Terei eu achado o grande e desejado equilíbrio?
Vivi numa cúpula por muitos anos, e a cúpula que me protegia, se encheu de pedras atiradas. Resolvi furar a cúpula para fazer entender aos outros a minha normalidade. Abri meu peito para que mais pedras fossem atiradas. E as pedras cessaram. Mas o costume de encarar a boneca japonesa lacrada em uma muralha protecional transparente por fora e opaca por dentro, fez com que muitos permanecessem na antiga idéia. O vidro deslocou-se do meu redor, e se fixou nos olhos de alguns poucos que ainda me vêem assim.
Aos outros, fiz conhecer minhas qualidades, assumi meus erros, meus defeitos.. Decidi andar com as próprias pernas para desenvolver o próprio cérebro, a minha opnião, as minhas crenças.
Hoje sou o que sou pelas pedras que me jogaram, e pelas que não jogaram também. Hoje sou muito mais eu, e muito menos alguém. De menina frágil e insegura, me trasnfomei mulher.
Ao entrar na segunda década de minha vida, percebo que me sinto mais completa de mim. Sei do meu potencial.. Guardo no bolso alguns poucos e bons amigos, contados nos dedos de uma das mãos de um aleijado. Guardo também a família que carrego no sangue, e os demais que Papai do céu me permitiu conhecer.
Hoje, revejo os meus erros, comemoro meus acertos, e decido continuar andando. Seguindo em frente. Afinal, o tempo não pára. A vida é curta e não permite ensaios. Sendo assim, sigo o meu caminho, agora, na versão 2.0 Turbo, como diz um grande amigo meu. Quem quiser me acompanhar nessa nova jornada, embreagem, engate a primeira, e vamos nessa. Mas prepare-se.. No meu carro, a Quinta está longe de ser a última marcha!

;)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Mônica, a Razão, a Emoção e a Vida.




Mônica..
Desde pequena, tão meiga, doce...e questionadora. Sempre vivendo na corda bamba entre a Razão e a Emoção. Suas duas amigas, inimigas entre sí por natureza. Em seus primeiros 15 anos de vida, a Dona Emoção tinha a sua guarda. Criou e educou Mônica com um coração lindo, branco, puro e inocente. De tão delicado, chegava a se tornar extremamente frágil, volátil.. e foi então que a Senhora Vida resolveu começar um novo capítulo na história de Mônica. Vida sempre foi estrategista. Colocou e tirou muitas pessoas na estrada de Mônica. E Vida foi uma professora um tanto quanto cruel. Rígida, não mediu as lágrimas de Mônica ao ensinar, da maneira mais dolorosa possível, grandes lições. Sempre prezou pela verdade absoluta.. e mostrou à Mônica as consequências de ouvir e seguir tudo o que Emoção mandava. Diante de tamanho choque, Mônica encontrou um novo refúgio. A Senhora Razão. Tudo era muito lógico com ela. Previsível. Não haviam surpresas. Nem boas, nem tristes. Não havia insegurança, angústia, ansiedade. Tudo era perfeitamente calculável, e sempre dava certo. Ou se não, a Razão sempre vinha de braços abertos para presentear Mônica com "acredite-vai-ser-bem-melhor-assim". Desse presente, Mônica já fazia coleção. Mas, no coração de Mônica, Emoção deixou muitas marcas.. Boas, outras bastante ruins. Por mais que Vida falasse.. a lembrança de se sentir leve, como só Emoção sabia fazer.. aumentava a saudade no coração de Mônica. O frio na barriga ao ouvir tantas e tantas outras histórias de outros que resolveram segui-la, acabou afastando Mônica da Razão mais uma vez. E dessa vez, para bem longe. Razão ficou doente, delirando. Entrou em coma e foi parar na UTI, com respiradores por ela, coração bradicárdico e prognóstico sombrio. Emoção, mais viva do que nunca, convenceu Vida a ensinar mais uma grande lição. Vida então manipulou um certo rapaz.. Emoção o conheceu, e o adorou. E, quanto mais a Vida e a Emoção se deixavam levar por ele, mais doente Razão ficava. Seu atestado de óbito estava quase pronto.. Foi quando sofreu uma parada cardíaca. Durante alguns minutos, numa tarde de sábado, Razão literalmente morreu. Mas Vida então entendeu que a Emoção era uma amiga falsa, traiçoeira. E decidiu doar-se novamente à Razão. Foi para a UTI e a reanimou insistentemente. Mônica apenas chorava. Traída pela emoção, e torcendo mais do que nunca pela sobrevida de Razão.
Felizmente, após um choque do bendito desfibrilador Auto-estima, conectado ao "orgulho-próprio", Razão voltou a vida. Forte, exuberante.. Mas carregando no peito as cicatrizes.. e na pele, as marcas que a louca da Emoção a fez. Vida quase se perdera por má influência da Emoção. Assim, check-ups sempre eram necessários. E adivinhem só quem virou médica? A vida. E, para tratar a Razão, a medicava com doses e doses de Sentimento, Loucura, e Surpresa.. Ah, Vida também suspendeu algumas doses de Bom-senso. E Razão então foi controlada. Emoção ainda aparece de vez em quando... Insiste em visitar Mônica, e mais uma vez tentar manipular-lhe a Vida. Mas Vida já foi enganada tantas e tantas vezes.. que prefere permanecer com a Razão, ainda que com suas sequelas. Emoção segue viajante.. A cada viagem, Mônica ainda se sente balançada. Emoção foi sua primeira grande amiga.. No coração, Mônica ainda guarda um grande carinho por ela. As lembranças dos anos de amizade não se apagaram, mesmo com todos os machucados que Emoção lhe fez. E, quando por um minuto, Razão decide se ausentar.. Vida vem calmamente, mostrando que nem sempre valhe a pena arriscar. Então, Mônica fecha a porta e deixa Emoção bater, bater, bater até se cansar. Por mais doloroso que seja, Mônica manda Emoção viajar. Vida finalmente conseguiu ensinar-lhe a grande lição. Emoção pode até um dia voltar. Mas nunca se Razão estiver ausente. Vida é uma grande professora. Ensinou a Mônica o que sozinha ela nunca ia aprender. Emoção apenas, ou apenas Razão, são bombas-relógio prontas para explodir. Emoção explode em pedacinhos, com muito fogo.. E maldito fogo esse, que só se apaga com lágrimas. Já Razão explode aos pouquinhos. Quase que de maneira imperceptível. Quando se nota, não tem mais volta.. Vida, o anjo da guarda de Mônica, não é imortal.. E quem sabe já tenha conseguido ensinar Mônica a equilibrar-se na corda bamba. Talvez não. Isso, só o Senhor Tempo poderá dizer. Mas isso já é outra história...