sábado, 9 de setembro de 2017

E lá vem ela. Cansada de mais uma viagem. A mais longa, talvez. Nunca esteve tanto tempo ausente. Seu cantinho continua exatamente igual. Talvez um pouco empoeirado, abandonado. Confesso que estava com saudade dela. Do seu jeito travesso, bem humorado e confuso de ser.

Ah minha pequena princesa teimosa... O que descobriste dessa vez? Que marcas te fizeram e quantas outras fizeste também? E essas malas? O que trazem dessa vez?

Teu olhar já não é mais o mesmo. Ainda carrega a alegria e doçura que te são tão peculiares... mas vejo também um punhado de tristeza, de cansaço. Oh não! Vejo desconfiança, medo... O que te fizeram minha doce e frágil menina?

Tanto busquei te proteger que acabei prendendo-te a mim, na esperança que escondida em meus braços estarias segura. Tarde demais percebi que segura-te só te levaria pra longe dos meus olhos... Perdoa, japonesa. Teu velho amigo cansado só tentou preservar em ti a pureza e a inocência, antes que o mundo, eu e todos os que nele habitam, pudessem te ferir.

Vamos, minha princesa. Me permita conhecer-te novamente. Descobrir tuas mudanças. Viver tuas descobertas. Sabes que em mim sempre encontrarás abrigo. Um colo quentinho, no peito do teu grande e velho, nem sempre tão sábio, amigo.

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