sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Estrelando..



Foi naquela noite, sentada à beira mar... Com os pés beijados pelas ondas e o corpo iluminado à luz da Lua que eu notei pela primeira vez o brilho das estrelas. O céu estava no seu azul mais marinho, e parecia cravejado de brilhantes de todas as cores e tamanhos. Haviam tantas estrelas, que me era impossível contar se quer as que cabiam entre as minhas mãos. Tentei enxergar constelações.. Mas minha imaginação fértil via no céu tudo o que vinha à mente.. e quando estava quase completando as três marias, todas as Marias que eu conheço já haviam me levado a viajar em outros pensamentos.. até uma nova estrela me chamar mais atenção. E a lua, coitada.. Tão brilhante, tão perfeita em suas curvas, e tão sozinha. Que tristeza deve sentir ao ter na imensidão do universo tantas outras como ela, a anos-luz de distância... Observa sozinha, em seu dançar solitário, o canto das estrelas. Conhecida como companheira eterna dos casais enamorados, na sua magnitude, conserva-se a invejar os que na Terra se apaixonam. Recebe o olhar perdido de tantos corações, inspira tantos sonhos... Mas ainda mais inspiração encontro nas estrelas. Como mudam tão depressa sua cor. Estão em constante contração e expansão, num equilíbrio tão tênue.. Em sua simplicidade luminosa, refletem em nós todas as noites, a certeza de que o limite não é o fim. Há quem diga que existem estrelas cadentes. Talvez seja a morte de uma estrela que já brilhou tudo quanto podia. Mas, mesmo nesse momento tão nefasto, ainda promete realizar o desejo daquele que por sorte, captou com os olhos tão raro acontecimento. Em sua queda, ascende as esperanças de um coração sonhador. Há quem acredite que quem na Terra morre, suba ao céu como uma estrela.. Eu não. Estrelas pra mim são, junto com os outros astros, o símbolo da renovação. Guardam em sua memória tantas histórias... Foi sob a luz das estrelas, e não da lua, que descobri o amor. Foi sob seu silêncio, que minha alma tantas vezes gritou em desespero.. E foi sob suas indas e vindas, que eu entendi a lição. Podem desabar os céus em tempestade. Raios ofuscantes podem cortar as núvens negras. O vento pode soprar todas as águas... e nem sempre poderemos vê-las. Mas a certeza de que estarão sempre ali, mesmo que há anos luz.. nos motiva a continuar vivendo. E o mais magnífico de tamanha proeza, é ter a certeza, de que quanto mais escuro for o céu, maior será o brilho de uma estrela.

Post dedicado ao meu amigo Victor, de Udia, pela sua magnífica idéia.. ;)

3 comentários:

  1. Sayuri... Ficou show!!!! Poltz, o meu poeminha ñ chega aos pés do seu "Artigo estelar"! Fantástica!!! =)

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  2. Talez algumas almas simplesmente sejam como estrelas, brilham intensamente, são admiradas a distância, refulgem, inspiram poemas mas jamais se permitem de fato serem todas por outras luz.

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