Já não sei viver sem rotina, sem agenda, sem o medo de perder compromissos marcados. Já não sei o que é curtir o tempo sem se quer se fazer nada. Perdi o encanto por coisas simples da vida. Já não tenho tempo de ver o sol nascer e se por.. e de noite, até meus sonhos tentam fugir de mim. Pareço colecionar dias.. todos iguais. Em algum lugar se trancafiaram os meus ideais.. e já quase não posso mais encontrá-los. Como fui deixar isso tudo acontecer? Nem meu espelho me reconhece mais. Aonde foram todos os meus amigos? Por que choram meus pais? Quão estranho me é meu próprio irmão! Que alternativa mais "inteligente" trocar meu coração de carne por um cheio de botão. Botões silenciadores, que calaram meu sofrimento, meus medos.. mas também meus sonhos, meu ser, meus sentimentos.. E agora? O que se há de fazer? Onde fica o botão de desligar? Como ao trem que eu decidi subir mandar parar? Onde está a coragem para voltar? Como abrir novamente o peito para receber de volta um coração outrora machucado, que tantas vezes pulsou amargamente.. e ainda hoje sofre as consequências de tamanhos arranhões? Ahh meu rocação automático. Já pulsas em mim tão enferrujado.. Válvulas e dutos não tão bem lubrificados. Teu brilho gelado já não me apraz.. Ainda me falta coragem, mas não te quero mais..
Helena Brandão - 09.02.2009
Poxa, que triste esse texto...
ResponderExcluirEspero que encontre o tal botão :)
Texto muiiiiiiiiiiito bom. Se retoma mais uma vez a grande batalha que temos no processo de entrada na vida "adulta" quando acabamo perdendo o pouco que temos de nós mesmos para nos tranformar em servos do "mercado". H.G Wells achava que a tecnologia tornaria o homem livre do trabalho e ele teria mais tempo para se dedicar a arte, literatura, e seus entes queridos. NO entanto, a tecnlogia escraviza mais ainda, e não importa como os dias de agluem está preenchido por TAREFAS. Essas também podem servir de escudo para a nossa incapacidade e falta de coragem para nos relacionarmos efetivamnte com seres humanos. Acabamos sendo apenas mais um... como os dias e noites que sucedem uns aos outros e o ano passa...como se nada absolutamente tenha acontecido.
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