sábado, 15 de setembro de 2012

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Saudade.

3 comentários:

  1. (∴)
    Todo ponto tem um potencial infinito de existência. Pode ser fim ou meio, início ou curva, um ponto tem licença literária para assumir a lógica que lhe convir... Pode-se juntá-los e conseguir um significado completamente novo, pode-se até mesmo juntar dois e fazer um ponto somente seu. Pois se falta maneira de se expressar, que forma melhor que somente com um ponto fazê-lo?!
    Um ponto pode marcar a continuidade da vida ou o fim dela, ou ainda, o fim de uma fase. Pode ser uma pausa para reganhar fôlego. Pode ser o conjunto que indica que ainda há por vir. Pode ser o duplo que anuncia a chegada, ou o triplo que conclui o raciocínio.
    Há quem diga quando um objeto com um minuto de arco de diâmetro aparente, está distante a 3.434 vezes a sua largura, torna-se apenas um ponto, sem formas, detalhes e individualidade. De fato, numa lógica reversa, tudo teve origem em um único ponto, menor do que qualquer das menores cabeças de alfinete. E portanto, a depender do observador, tudo pode não passar de um mero ponto.
    Dessa forma, toda vida, toda dor, todo egoísmo, toda soberba, toda felicidade, todos os desejos, toda saudade, resumida a um ponto no tempo do espaço, perdido, sem sentido, vagando ao léu, enquanto o tempo progride frigidamente...
    E se o ponto marca tudo que penso, então o que penso desconhece finitude. E se o tempo insiste em não esperar o que desejo, então que o tempo não seja desperdiçado. Pois todo ponto que marca o fim, na verdade só define o recomeço.

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  2. QUE TEXTO FANTÁSTICO!!!! ADOREI!!!! Gostaria muito de saber de quem é a autoria... Fantástico e não podia ter vindo numa hora mais apropriada..
    Muito obrigada!

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