sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Meu último ano!



Primeiro de agosto de 2013.

Algumas pessoas começam a contar o ano no dia primeiro de janeiro. Mas eu, bem.. Esse ano pra mim, começa agora. Por que? Porque falta exatamente um ano.. pro início do resto da minha vida!

Durante meus 22 anos de existência, vivi tudo o que me foi determinado viver. Obedecendo do despertador, aos desejos do meu cachorro. A tudo e a todos. Carreguei os problemas de todos os que passaram na minha vida, como se fossem meus. Doei cada centímetro do meu coração, esgotei absolutamente todas as minhas forças... tentando ser a melhor. E não digo isso de forma egoísta. Tentei, inutilmente, ser perfeita. No sentido de ser a melhor filha, a melhor amiga, a melhor irmã, a melhor aluna, a melhor médica, a melhor namorada, enfim.. Aquela a quem nada nem ninguém poderia colocar defeito. E isso me consumiu. Levou embora minha felicidade, minha personalidade. Meus sonhos, meus desejos, minhas vontades. Meu pensamento próprio, meu livre arbítrio.. Até que me dei conta.. do quanto eu me "robotizei". 

Aprendi a manipular. Meus sentimentos, meus pensamentos, palavras, pessoas. Descobri como organizar palavras sem nexo de tal forma que soassem emotivas.. E tocasse o coração das pessoas, sem que elas nem ao menos entendessem o que estavam lendo. Apenas com o poder do som. E foi então que eu entendi o quão fácil somos influenciáveis. E o quanto eu fui influenciada durante todos esses anos.

Chegar aos 22 anos de idade e se perguntar: Quem eu verdadeiramente sou? Parece uma grande estupidez. E quer saber? Que seja. Mas não vou esperar mais 22 anos pra conseguir definir tudo isso. E acredito sinceramente que muita gente morre sem saber. Cheguei finalmente à conclusão, que todos estampam em suas "frases célebres" no istagram, na internet, ou no facebook. Todos tão "Clarisses Lispectors.." mas poucos realmente vivem o que escrevem.

Eu preciso ser feliz. E não simplesmente "estar" feliz. Me amar.. ser loucamente apaixonada por mim.. E isso não é errado. Não é narcisismo, muito menos ser egoísta! Por anos acreditei ter o incrível dom de abrir mão de mim em prol dos outros.. E ainda acredito nisto.. Mas tudo, tudo na vida tem um limite. E até então, eu não tive. Meu dom se transformou em maldição. 

Nos últimos anos, últimos 5 pra ser mais específica, aconteceram tantas e tantas coisas na minha vida! Fui do céu ao inferno e voltei, pelo menos umas 5 vezes. Vivi o que nunca imaginei, sofri, chorei, amei, desamei.. E, apesar de super intensos, foram sempre divididos. Sempre metades. Enfim chegou a hora de viver a minha, e somente a minha vida. Por mais egoísta que soe.. As vezes precisamos parar.. e recomeçar. Aprender quem somos, do que gostamos.. o que toleramos e o que não iremos suportar. Precisamos primeiro descobrir nossos limites, para então, poder superá-los. E isso, se quisermos. Se não, quem irá nos culpar?

Chega de culpas, de desculpas. Chega de "justificativas". De tentar amenizar a dor, o sofrimento alheio.. com meias verdades. No fim, meias verdades são completas mentiras. E daqui pra frente, antes uma dura verdade, que uma doce ilusão. Decidi ser, de uma vez por todas, 100% fiel a quem eu sou. Dizer não, quando não quiser alguma coisa. Sem necessariamente ter que dar explicações. Me contentar com um "Não quero, obrigada". "Não gosto". Sem me esconder atrás de um "não posso porque tenho um outro compromisso", ou "não devo por causa disso, daquilo, etc". 

CHEGA de tentar agradar a todos.. por mais infantil e egoísta que isso pareça! Daqui a um ano, não terei mais como usar essas simples e velhas desculpas. Daqui a um ano, sou médica. Carregarei no nome, na profissão e no carimbo, a responsabilidade de VIDAS.  Terei que tomar decisões que afetarão completamente o meu futuro.. E como cuidar do próximo sem antes aprender a cuidar de si? Como tentar resolver os problemas alheios, quando estamos lotados de problemas internos? 

Chega de máscaras, de hipocrisia, de comportamentos pré-moldados. De seguir ordens simplesmente.. Quero entendê-las. Seguir sim, se achar que devo. Sem me preocupar como o que os outros vão dizer ou pensar! Eles pensam e dizem de qualquer jeito... mesmo sem saber, sem ver, sem provas. Também não me importa mais. Deixa que falem..

Só sei que de um tempo pra cá, estou me descobrindo. E me amando, de verdade. Cada pedacinho de mim... Doa a quem doer, só não vai mais doer em mim.. No fim, é assim que todos deveríamos ser. Se usássemos menos máscaras, talvez descobriríamos o quanto somos parecidos, sem precisar forçar a barra. Ser mulher, humilde o suficiente pra aceitar meus defeitos e limitações.. pedir desculpas quando estiver errada. E não mudar minha opnião quando acreditar que estou certa. Simples assim.

"Fechei os olhos e pedi um favor ao vento: Leve tudo o que for desnecessário. Estou cansada de bagagens pesadas. Daqui pra frente, apenas o que couber no bolso e no coração". Cora Coralina.

Ps: Eu sei, texto grande, desabafo, nada poético, nada simétrico, nada de métrica, rima, ou formalidades. Preciso, preciso escrever. Sempre que deixo de escrever, é um pedaço da minha vida que não estou vivendo.. apenas existindo. E isso eu não quero nunca mais!



Um comentário:

  1. Você pode não acreditar, mas aos 24, me sinto como você.
    Reparei também que hoje todos têm "vidas perfeitas" nas redes sociais, e todos são filósofos.
    Mas os atos contradizem as palavras.

    Os últimos 4 anos da minha vida também não têm sido fáceis...enfim... desejo tudo de bom para ti.

    É hora de viver, nada mais.

    Uma boa noite.

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