segunda-feira, 6 de julho de 2009

Quer saber?



Quer saber? Eu não tenho vergonha de ser chamada de filhinha do papai. Quero muito minha independência, mas me orgulho de poder fingir que estou dormindo no sofá, só p/ ganhar um super beijo dele quando chega do trabalho. Gosto de receber seu carinho, ou quando ele me abraça com força e diz que vou ser p/ sempre a sua garotinha. Quer saber? Isso não me faz menos independente, ou infantil. Me faz feliz.
Quer saber? Não tenho vergonha de fazer uma faculdade particular. Sei da minha capacidade e acredito que ralar para passar numa pública, sem livros na biblioteca, e com cadáveres mumificados não me fará ser uma melhor profissional, simplesmente por ter um nome FEDERAL, ou ESTADUAL.
Quer saber? Não tenho vergonha de dizer que em casa passo o dia de pijama e meia, e nos meus dias de preguiça, tomo banho só perto do almoço. E alguns dias, almoço enlatados pela simples falta de vontade de sujar panelas. Ou melhor, de lava-las.
Quer saber? Não tenho vergonha de admitir que já namorei alguns garotos, e que eles não me aguentaram. Não tenho vergonha de admitir que sou chata de vez em quando, e que tenho preguiça de responder mensagens de texto, principalmente de madrugada. Não tenho vergonha de dizer que sou direta até demais, e que sou "difícil de agradar", e me desapego muito fácil. Não tenho vergonha de dizer que tenho noção dos meus limites, e que ainda assim, não vejo nada de mais em tentar superá-los. Não tenho vergonha de dizer que AMO a minha família mais que TUDO nesse mundo, e jamais trocaria qualquer passeio com eles, por ciuminhos bobos. Não tenho vergonha de admitir que sou cristã, e sigo os 10 mandamentos tradicionais, amo a Deus, espero a Sua volta à esse mundo, e sou feliz assim. Também não tenho vergonha de admitir que já fiz coisas erradas, e desobedeci meus pais. Não tenho vergonha de admitir que uso chapinha de vez em quando, e que até prendo a respiração na hora de bater fotos. Não tenho vergonha de dizer que sou muito capaz de devorar uma barra inteira de chocolate, ou um pote grande de sorvete sozinha, em menos de 10 minutos. Ou de admitir que me derreto por um prato de purê de batatas. Não tenho vergonha de dizer que sou gordinha sim, e tenho celulites. Não tenho vergonha de preferir assistir um filme em casa, com meu capuccino, enrolada no edredom, a ir ao cinema, disputar um ambiente com sei-lá-quanta pessoas. Não tenho vergonha de admitir que chorei mais assistindo ao comercial da pedigree sobre adoção de cães, do que nos términos dos meus namoros.
Quer saber? Eu sou assim. E talvez, se todas as pessoas fossem mais sinceras, viveríamos num mundo sem máscaras, ou gente plástica, falsa e hipócrita. Adianta alguém gostar daquilo que você não é mas desejaria ser para agradar o outro, que pensa que você é o que não é, não foi e nunca será?
Eu não sonho isso p/ mim. Nunca disse que seria perfeita. Não me envergonho de absolutamente NADA do que fiz, e nunca vou pedir desculpas por ser assim. Se alguém gosta de mim, bem. Se não, somos todos livres.. Para ser e fazer o que bem quisermos. Como ser humano, e com um pingo de respeito que a sociedade ainda merece, gosto da vida, gosto de viver, gosto de pessoas, e quero ver o mundo inteiro sorrir. Sorrir e gostar de quem eu sou, sendo simplesmente eu mesma. Num mundo transbordado de mentiras, eu não serei mais uma.

Um comentário:

  1. O mundo não só tranborda de mentiras como faz da mentira quase sempre uma regra.
    E de repente descobrimos estupefatos que a hipocrisia não só deve se proclamada como preservada e que a verdade é algo duro demais para ser proclamado.
    Quem realmente quer a verdade?

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